Tudo o que precisa de saber sobre alergias em cães

As alergias nos cães são muito comuns. Podem causar uma série de sinais e sintomas que pode alterar a qualidade de vida do seu animal de companhia. As alergias podem ser provocadas por uma vasta gama de diferentes substâncias no ambiente. Na verdade, podemos dizer que a alergia de cada cão é tão única quanto eles são! No entanto, isso não significa que não haja uma série de fatores comuns, muitos dos quais responderão bem a algumas abordagens de gestão bastante simples.

Como saber se o seu cão tem uma alergia ou não?

Como humanos, temos tendência a pensar em alergias quando há olhos inchados ou narizes a escorrer - porque nos humanos, estes são os sintomas mais comuns. Enquanto esta "rinite alérgica" ocorra em cães, na verdade é muito raro.

Os sintomas mais comuns nos cães são, de longe, os problemas de pele. Geralmente são visíveis na parte inferior ou na barriga, na virilha, nas axilas, e muitas vezes nas patas e entre os dedos. No entanto, os locais exatos variam dramaticamente e podem ser bastante diferentes entre as raças. No quadro abaixo são apresentados os locais mais comuns de sinais alérgicos em cães.

Os sintomas comuns incluem:

 Irritação 

A irritação da pele tem três causas principais: parasitas (como pulgas ou ácaros), infeções de pele e alergias cutâneas. E é uma enorme questão de bem-estar animal: estes cães sofrem de irritação constante da pele, comichão e dor. E, claro, esta irritação leva a..

Coçar e lamber

É perfeitamente natural querer coçar ou lamber - na verdade, esta resposta pode até ter evoluído para nos ajudar a proteger de parasitas! Mas onde não há nenhum parasita presente, arranhar repetidamente pode ser prejudicial. Os médicos veterinários chamam a isto de "automutilação", e as lesões na pele por arranhões repetidos muitas vezes levam a infeções secundárias da pele - infeções bacterianas como pioderma, ou infeções por fungos, tipicamente com Malassezia. Quanto mais a pele é arranhada, mais inflamação é gerada. Nos cães de pele clara, pode notar-se que a pele fica, localmente, com uma cor mais escura – devido a manchas de saliva e de lambidelas repetidas.

Vermelhidão e Inflamação

A inflamação da pele causa um aumento no fluxo sanguíneo, fazendo com que ela mude de cor, tornando-se vermelha e irritada. O problema é que o arranhão pode causar mais inflamação e esta faz comichão, levando a mais arranhões e deixando a pele ainda mais inflamada - e assim por diante. Chamamos a isso de "Ciclo de irritação-Coçar"

Perda de pelo

A automutilação repetida geralmente resulta na queda de pelo, á que o mesmo é arrancado e os folículos são destruídos pela inflamação e arranhões, levando a manchas sem pelo, como ilustrado acima.

Pele escamosa

Alguns cães apresentam a pele seca e escamosa com caspa, seja localmente em casos de inflamação localizada ou mais espalhado pelo corpo todo.

Alterações cutâneas

A longo prazo, a inflamação repetida e os danos na pele fazem com que ela engrosse e escureça (às vezes chamada de "liquenificação"). Esta é uma tentativa da pele se proteger e é um indicativo de um problema de pele sério e crónico.

Também podemos ver pápulas - pequenos "inchaços" vermelhos ou marcas na pele.

Doenças do ouvido

Sim, leu bem! Lembre-se, a orelha é forrada com pele e as orelhas são um marcador muito bom na saúde da pele: no ouvido, a inflamação alérgica leve pode progredir rapidamente para infeções bacterianas ou fúngicas secundárias. Pode ser tratado facilmente, mas a condição subjacente ainda poderá lá estar. Como resultado, muitas vezes consideramos que um cão jovem que tem várias infeções nos ouvido sem nenhuma razão aparente, tem um alto risco de desenvolver doenças alérgicas mais tarde na vida.

O que causa as alergias nos cães?

Podemos considerar uma alergia um "erro" do sistema imunitário do cão. Embora muito poderoso, o sistema imunitário não é infalível e pode, por vezes, começar a atacar células que não é suposto atacar. Quando o sistema imunitário ataca células saudáveis do corpo por engano, chamamos a isso doença autoimune. Quando, no entanto, identifica erradamente uma substância inofensiva (como um pólen, ou uma substância de limpeza) como prejudicial, chamamos a isso uma alergia.

Alergénios, o gatilho para as alergias em cães

Um alergénio é apenas uma substância inofensiva que o sistema imunitário reconheceu como um alvo. E há uma enorme variedade de alergénios diferentes.

Alergénios comuns incluem:

• Saliva de Pulga: Chamamos isso de Dermatite Alérgica da Pulga ou DAP, e muitos cães reagem agressivamente a isto!
• Alergénios ambientais incluindo pólenes, bolores e proteínas superficiais de ácaros (muitos cães desenvolvem reações alérgicas a ácaros inofensivos e a ácaros da poeira).
• Alergia alimentar: É importante lembrar que as alergias alimentares nos cães não são as alergias mais comuns, mas quando ocorrem alergias alimentares, geralmente é devido a uma alergia a proteínas (da carne, na maioria dos casos). Outra ideia errada é que as alergias alimentares nos cães podem causar perturbações gastrointestinais - na verdade, é muito raro, e a maioria das alergias alimentares nos cães acabam por provocar irritação da pele que outros alergénios também provocam.

Atravessando as barreiras do cão e causando inflamação

Nos cães alérgicos há alterações na barreira microbiana da pele, e as bactérias "boas" naturais são menos diversas e menos protetoras. A barreira mecânica da pele também é menos eficaz, permitindo que os alergénios penetrem com mais facilidade. Vemos também a falha da barreira mecânica como resultado de um trauma na pele - de modo que arranhar repetidamente pode realmente piorar as alergias, introduzindo mais alergénios às células imunes, potenciando o ciclo. No entanto, este sistema imunológico parece não funcionar de forma eficaz em cães predispostos a alergias, e a barreira imunológica da pele é mais reativa do que em  outros cães, fazendo com que haja uma reação mais rápida e agressiva e sendo mais difícil de acalmar. Ao contrário dos humanos, porém, nos cães a histamina dos mastócitos é menos importante, o que explica que os medicamentos anti-histamínicos são geralmente menos eficazes nos cães com alergias do que em humanos.

Esses produtos químicos desencadeiam alterações nos tecidos locais - aumento do fluxo sanguíneo, movimento de glóbulos brancos e alterações na sensibilidade nervosa - desencadeando dor, comichão, vermelhidão e outras mudanças que vemos.

Disposição da Raça

Embora qualquer raça (ou mistura de raças) possa sofrer, existem certas raças que estão mais predispostas ao desenvolvimento de alergias tais como, West Highland White Terriers, Golden Retrievers, Labrador Retrievers, Shar Peis, Dálmatas, Boxers e Boston Terriers. Geralmente ocorre em cães mais jovens, tipicamente entre 6 meses e 3 anos de idade. Se os sintomas não apareceram até à meia-idade (mais de 6 anos), então é bem provável que haja outro problema envolvido.

Como diagnosticar alergias em cães?

Determinar se um cão tem alergias é relativamente simples, mas por vezes demora algum tempo. No entanto, descobrir ao que o cão é alérgico é um pouco mais difícil.

O diagnóstico de doença alérgica da pele é muitas vezes um processo longo e moroso e pode ser muito frustrante. No entanto, esta é de longe a melhor maneira de chegar a um diagnóstico definitivo para que você e o seu médico veterinário saibam exatamente o que está a acontecer e como lidar com isso!

Infelizmente não há um teste simples para doenças alérgicas à pele: exames de sangue e pele podem ajudar a determinar a que um cão é alérgico, mas não podem por si só, na maioria dos casos, dizer se um cão é alérgico ou não. O diagnóstico de alergias a cães consiste muitas vezes em cuidadosamente outras condições e, em seguida, a um exame minucioso dos sintomas e da história pregressa.

Primeiro exclua parasitas e infeção de pele

Este passo pode parecer desnecessário - ou até mesmo ofensivo. No entanto, é absolutamente essencial que a causa mais comum da irritação da pele seja descartada no início: pulgas e outros parasitas! Para isso, o médico veterinário pode muito bem recomendar uma mudança no tratamento para pulgas ou parasitas. Isto não é uma crítica ao tutor, mas até que estes sejam descartados o diagnóstico será sempre incerto.

O médico veterinário também pode escovar a pele para perceber se há sinais de pulgas e arranhões da pele por ácaros responsáveis pela sarna sarcótica ou sarna demodécica. 

O seu médico veterinário pode fazer um teste de pele para verificar se o cão tem infeção na pele. Se sim, tem que ser tratado antes de investigar mais.

Uma vez excluídas estas causas, passamos para o próximo passo.

Alterações recentes

Houve alguma mudança recente no detergente que utiliza, comida, roupa de cama etc.? Geralmente leva cerca de 6 semanas até que uma mudança se manifeste como uma alergia, não é imediatamente, mas uma mudança completa no detergente da roupa seguida 6 semanas depois pelo desenvolvimento dos sintomas é bastante suspeita.

No entanto, na maioria dos casos estas alterações acabam por não ser relevantes, e por isso vamos para a próxima abordagem.

Alergias alimentares

Diagnosticar alergias alimentares é complicado, pois a maioria das alergias alimentares não causam alterações nos exames de sangue ou pele. Em vez disso, é necessário teste de exclusão nutricional. O cão é retirado da dieta normal (completamente - incluindo guloseimas, auxílios de treino comestíveis e lanches), e é colocada uma dieta hidrolisada (em que o sistema imunitário não possa reagir) ou uma nova dieta de origem (que o sistema imunitário nunca contactou, por exemplo, tapioca e salmão, etc, podendo ser industrial ou caseira). Se não sabe o que o seu cão comeu ao longo da vida, uma dieta hidrolisada é provavelmente a opção mais segura! A dieta permanece APENAS por 8-12 semanas. Se não houver melhoria, é porque a causa da alergia não é alimentar, se houver uma melhoria, então começamos a reintroduzir alimentos normais para ver o que desencadeia a reação. 

Alergias ambientais

No caso de alergias ambientais (pólen, bolores, etc.), podem ser úteis exames de sangue e de pele (no entanto seja muito cauteloso com os testes que não sejam realizados pelo médico veterinário, pois infelizmente há muitos "testes falsos" por aí). Há também a possibilidade do cão testar positivo a um alergénio, mas na verdade responder a algo diferente numa situação do "mundo real", de modo que esses testes são melhor interpretados pelo seu veterinário ou mesmo por um dermatologista veterinário especialista.

Uma vez que sabemos a que alergénio o cão está a responder, devemos começar a pensar num tratamento a longo prazo.

Como são geridas as alergias em cães?

Como regra geral, não tentar tratar a doença alérgica do cão sem indicação do veterinário, nem mesmo uma alergia moderada – aconselhe-se sempre com o seu médico veterinário! O tratamento irá depender do que está a causar a alergia e é provável que evolua com o tempo, e muitas vezes é uma combinação de soluções. Se não forem geridos adequadamente, os sintomas podem piorar rapidamente e tornar-se muito mais difícil de controlar.

Existem quatro abordagens simples que podemos adotar para gerir as alergias dos cães:

1. Evitar os alergénios sempre que possível (por exemplo, limpeza frequente para minimizar ácaros, controle preventivo de pulgas, evitar certos alimentos ou produtos de limpeza)
2. Abordagem tópica para trazer ingredientes hidratantes quando for necessário 
3. Medicamentos para reduzir a comichão e a inflamação da pele
4. Aumentar a intolerância imunológica

Qual é o prognóstico para as alergias em cães?

As alergias são uma doença crónica que requer gestão vitalícia. É importante lembrar que a maioria das alergias nos cães requer abordagens múltiplas e diferentes ao mesmo tempo para as manter controladas. E, como vimos, não dois cães iguais: as alergias de cada cão são únicas para eles e por isso o tratamento também deve ser único. Não há uma solução que seja eficaz para todos os cães. De qualquer forma, trazer ingredientes ativos como o Ophytrium contido em DOUXO^® S3 CALM em alta concentração diretamente na pele é benéfico para acalmar, fortalecer e equilibrar a pele.